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Crônicas por Pio Rezende

“Ela mora ali pertinho e não consigo encontrá-la...!”

Entre o dia e a noite existe a aurora! Às horas não param e as cenas desse filme cotidiano da vida continuam despertando os corações!

Numa noite calma de domingo, quatro jovens adolescentes passeavam pelas ruas escura da cidade. De repente, se depararam com um barzinho iluminado com luzes em tons azuis e roxos. Na verdade, era uma boate!

Os meninos se aproximaram da porta do estabelecimento e dentre eles, um jovenzinho franzino por nome de Robem se destacava por ser mais extrovertido. Num toque de mágica, ele logo chamou atenção de uma mulher muito atraente que estava próxima a um balcão.

Ela aparentava ter cerca de 36 anos de idade, chamava-se Querubina e com certa frequência marcava ponto no local. Depois que os olhares se cruzaram fortemente, a mulher disse ao jovenzinho: “Quem é você, menino?” O jovenzinho sem dinheiro e que nunca tinha tido a oportunidade de namorar, ficou surpreso com a pergunta da mulher. “Meu nome é Robem”, respondeu ele. Querubina acrescentou: “Você é muito bonito!”

Mesmo sendo inexperiente, um “marinheiro de primeira viagem”, a narrativa do elogio fez Robem sorrir e sentir eufórico! Percebeu ainda, algo diferente e afetivo nesse início de conversa com aquela mulher estranha!

Não demorou muito, Querubina não querendo expor com o menino ali no salão principal da boate, chamou-o numa sala reservada do ambiente. Em seguida, revelou como era o sistema da casa noturna e fez um convite: “Robem, aqui nesse local tudo custa dinheiro. Eu vou sair daqui às 23 horas! Se quiser ir para a minha casa não vai precisar me dar nada...somente o seu amor!”

Imagina como ficou Robem com essa confissão... Como era um adolescente muito saliente, não pensou duas vezes e aceitou o convite de Querubina.

Robem foi embora com os seus amiguinhos e perto das 23 horas, retornou novamente à boate. Desta vez sozinho! Era o momento combinado com a Querubina e assim aconteceu. Eles saíram da boate e foram para a casa dela bem juntinhos (abraçadinhos).

Literalmente, Robem descreve — para si mesmo — sobre aquela noite inesquecível: “Não lembro como era a casa onde Querubina morava. Só sei que quando chegamos lá...entre abraços e beijos... logo deitamos numa cama simples. Em seguida, ela apagou a luz (acho que era ainda luz de lamparina). Foi bem divertido e rápido esse meu primeiro deslumbramento! Parece-me que a Querubina estava no melhor dos seus dias. E, por estar comigo (o homem que elegeu para passar aquela noite romântica e inesquecível)!”

Depois desse primeiro encontro, Robem e Querubina voltaram a se encontrar outras vezes. Sempre com os mesmos desejos! Num desses encontros, ela deu pra ele um presente inusitado. Uma lingerie (calcinha) que tinha duas palavras escritas na peça feminina: Volte Sempre!

No meio da plateia sempre acontecem poesias de amor e encontros entre pessoas maravilhosas! Que deixam marcas fortes e saudade que o tempo nunca se apaga. Assim incidiu, num determinado momento, Robem e Querubina perderam os contatos.

Já são várias décadas em que eles estão separados por um destino que não dominamos. Não têm notícias um do outro, nem para poder reviver em prosa essa fascinação de ternura!

Certamente, Robem e Querubina não viveram uma história de amor! Pode-se narrar que eles foram amantes provisórios. Tudo que ela disse e fez por ele, pode ter sido estimulado por uma paixão à primeira vista! Os momentos mais incríveis e as melodias mais românticas estarão sempre guardadas nos dois corações! 

Extrovertido como sempre e não escondendo o seu lado saudosista, Robem continua reverenciando a Querubina: “Ela mora ali pertinho e não consigo encontrá-la...!”

Pio Rezende

Jornalista, Ambientalista e Editor do Jornal LIBERAIS.

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