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BRASIL: País rico, povo pobre!

Por Pio Rezende (Jornalista e Ambientalista)

O Brasil é um dos países mais ricos do mundo. Esse reconhecimento é notório e ultrapassa as fronteiras. Quando analisamos seus aspectos geográficos e suas potencialidades econômicas, ficamos ébrios de orgulho pela exuberante grandeza e a sua esplêndida riqueza.

Para se ter uma ideia, dessa dimensão abastada, vamos relacionar apenas alguns pontos importantes: A região Sul produz uvas, pera, maçã, soja, milho e arroz da melhor qualidade, exportados para os mercados mais exigentes do mundo. O Centro-Oeste, mesmo sendo uma terra de cerrados, produz inúmeras culturas de grãos que vão desde soja, sorgo, girassol, milho e até trigo com excelente produtividade e precisão.

O Nordeste, região com escassez de chuvas, mesmo assim conseguem-se grandes safras de feijão sem colocar um quilo de adubo. Os minerais ouro, ferro, diamante e aço, são apontados como fontes de riquezas inesgotáveis. E agora com a recente descoberta do pré-sal (uma das maiores reservas de petróleo do mundo), vai possibilitar também ao Brasil independência econômica no setor petrolífero.

Os dados científicos mostram que de toda água do planeta, apenas 10% serve para o consumo humano, sendo que deste percentual, 2% está no Brasil, que conta ainda com as três maiores bacias fluviais do mundo (as bacias do Amazonas, Platina, rios Paraguaio, Paraná, Uruguaio e São Francisco), tornando-se assim o país mais rico em água do globo terrestre. Também somos beneficiados com mais de três mil quilômetros de orla marítima, tendo o maior número de praias e espaço de pesca oceânica, elevando sua posição de destaques no cenário turístico internacional. Ainda dentro deste contexto natural, temos o privilégio de possuir a maior floresta equatorial da terra (amazônica) rotulada como o pulmão do mundo.

Outros pontos importantes da nossa economia estão nos rebanhos bovino e suíno, na piscicultura e na avicultura. Estima-se que estão entre os dez maiores em todo mundo e somos uma grande nação, com cerca de 190 milhões de habitantes, possuindo, portanto, numerosa mão-de-obra, além de inúmeras outras potencialidades.

Entretanto, com tamanho esplendor e abundante riqueza, não podemos nos vangloriar pois, contabilizamos altos índices de desempregos, injustiça social, corrupção, criminalidade, impunidade e analfabetismo. Mais ainda: Cerca de 60% das nossas rodovias estão precisando ser recapeadas e sinalizadas. Esses e outros desajustes administrativos e humanos assolam e colocam a população brasileira pobre.

A receita para resolver esse contraste de país rico e povo pobre, já foi dito pelos intelectuais e todos eles foram praticamente unânimes nas seguintes opiniões: reformas administrativas em todos os níveis (União, Estados e Municípios), nas áreas fiscal, educacional, tributária, agrária, trabalhista, eleitoral, código penal etc e estão certos. Tudo isso é válido, necessário e precisa mesmo ser reformulado para modernizar a máquina pública melhorando a distribuição de renda.

Mas há nesse meio uma outra questão igual ou pior do que essas já ditas e que precisa ser suprimida, que é a falta de planejamento e execução das obras públicas no Brasil. Mal elaboradas, muitas delas sequer conseguem alcançar os objetivos propostos. Outras duram pouco tempo e logo se tornam obsoletas. Existem também aquelas inacabadas que no decorrer dos anos são esquecidas pelos governantes.

Em detrimento de tudo isso, a nação brasileira está perdendo benefícios, renda e ficando cada dia mais pobre. E cabe a nós – sociedade – através de uma mudança geral de comportamentos e hábitos culturais, unirmos para protestar, cobrar de nossos representantes públicos, não aceitando desmando e nem desperdícios de dinheiros.

Este ano temos eleições municipais em todo país e saber votar corretamente escolhendo os melhores candidatos será o nosso grande desafio pois, somente votando com idealismo e independência poderemos encontrar o caminho certo para nos tornarmos um país predominantemente rico.

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